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domingo, 3 de janeiro de 2016

Diário MIG sem gás: tocha suja vai destruindo a qualidade da solda

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Minha comprovação na prática foi essa, quando você faz uma sequência grande de soldas, a tendência é o aumento do grau de dificuldade. Aumenta a quantidade de escória e o aspecto final fica menos brilhante. Abstraindo-se a questão do ciclo de trabalho, que determina a deterioração das soldagens à medida em que o transformador esquenta, percebi que o fator causador mais relevante é a escória que se vai acumulando no interior da tocha, ao redor do bocal, no bico e no porta-bico. Outra coisa, o entupimento dos furinhos do difusor, além de concorrer para a obstrução do arame, contribui para a degeneração da solda.

A princípio, parece que a solda MIG sem gás não é afetada pela limpeza da tocha, entretanto, a prática comprova que a poça de fusão fica menos protegida pelo gás gerado a partir da combustão do material de proteção contido no interior do arame na medida em que diminui o espaço entre o bocal e o bico, ocupado pela sujeira oriunda da queima do elemento protetor.

A conclusão óbvia é que soldador MIG preguiçoso acaba fazendo trabalho porco, que depois deve ser corrigido com muita esmerilhadeira. Naturalmente, o fazer do soldador meticuloso envolve perda de tempo, pois antes de cada solda ele deve aspergir com líquido antirespingo o interior da tocha e ao cabo de algumas soldagens, deve dar um intervalo para proceder a limpeza do bocal, bico, porta-bico, e desobstruir os furinhos do difusor com uma agulha.

Nota: não adianta fazer diferente! Na minha última soldagem, fiz a limpeza da tocha no intervalo de preparação das peças, mas esqueci de jogar antirespingo antes da solda. O resultado foi que tive de dar mais uma limpada, pois a sujeira aderiu sobremaneira na tocha desprotegida.

Já instalei um cesto de utilidades em cima da minha máquina de solda com papel higiênico, espátula e agulha, assim, a limpeza automatiza e acaba se integrando ao processo. É bom lembrar que guardar o equipamento com a tocha suja é a fórmula do capeta para o incrustamento da escória no cobre, que com o tempo fica cada vez mais difícil de retirar.

Com toda essa aspersão de líquido antirespingo, certamente alguma quantidade dele acaba se alojando no terminal do conduíte, causando a sua corrosão. Então, de tempos em tempos a tocha deve ser desmontada e a ferrugem deve ser removida do conduíte para evitar o esclerosamento da passagem do arame.

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