Autor: Isaias Malta
A foto que ilustra este post diz tudo, o rapaz da propaganda está soldado MIG sem luvas, nem avental de raspa e sem touca de soldador. No mundo real, este soldador teria braços e mãos queimados e ganharia de lambuja o famoso peito de frango, devido à exposição massiva aos raios ultravioleta e infravermelho.
Para termos um exemplo um pouco mais animado, veja o material de propaganda da Weld Vision em que o ajudante do soldador controla o botão de velocidade do arame com o braço/mão totalmente expostos à soldagem que acontece a poucos centímetros. (Logicamente que um soldador MIG de araque que consegue deixar o arame colar na solda precisa de um ajudante!)
Se os fabricantes manifestam absoluto desprezo pelos EPI, o que resta para nós meros mortais hobiseiros e até mesmo os profissionais? Nunca é bom usar EPI, nunca é confortável, perde-se tempo, sofre-se com o calor, são equipamentos pesados e sempre a sua omissão se baseia no princípio do “eu me cuido”.
Ressalto a importância dos equipamentos de proteção individual porque na minha última soldagem, tive que usar rapidamente a esmerilhadeira para desbastar o local da solda, mas tive preguiça de baixar a máscara. O resultado esperado não tardou a acontecer, uma fagulha entrou no meu olho. Não foi nada grave, mas poderia ter sido, só por um vacilo, uma breve queda no espírito de porco.
Como não é prático ficar tirando a máscara de solda e colocando o capacete (dotado de viseira e abafadores) a toda hora, decidi que na próxima soldagem terei de usar protetor auditivo conjuntamente com a máscara de soldador, justamente para atender às demandas que sempre acontecem de uso de emerilhadeira durante a soldagem.
Enquanto os fabricantes de máquinas de solda não ligam a mínima para o assunto, por nosso turno temos de levantar a bandeira, mesmo que seja apenas uma voz solitária clamando no deserto.
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